segunda-feira, outubro 27, 2008

Tieko.

A batiam tem um dos olhares mais sinceros que eu já vi, minto, é o mais sincero que eu um dia pude presenciar. Ela é a bondade que eu guardo em mim, e quem nunca me deixa brigar, é a voz que no fundo me diz que palavras e atitudes não vão embora com o vento, que palavras erradas matam-nos aos poucos.
Quando ela segura o baralho em um jogo de buraco, ela fica séria, e deve imaginar como seria bom ganhar, mas se eu estou jogando, provavelmente ela preferiria que eu ganhasse só para ver meu sorriso. Ela até hoje confunde meu nome com o dos meus irmãos quando pergunta se eu quero leite e bauru, “ Marcelo, Jéssica, Suellen” diz ela, e eu sei que é porque ela não sabe quem ela ama mais.
Ela é uma das únicas pessoas que eu não consigo escrever direito, porque eu sempre choro, nunca ninguém vai ser mais dócil que ela, ninguém. Um dos poucos dias que eu vi ela triste, foi porque eu estava, e perguntou se eu queria um cafuné, nada mais simples que isso e nada mais bonito. Ela é quem me faz arrepender às vezes de ter ido pra longe, de ter perdido as horas boas com ela, mas ela está aqui dentro, com o sorriso mais sincero e bondoso que eu já vi, está ali num crochê, em um livro, em um filme japonês, no tempero da comida e em todas minhas lágrimas que sentem saudade.

quinta-feira, junho 26, 2008

"metal heart you're not hiding, Metal heart you're not worth a thing..."

Até quanto um pensamento dura para tornar-se uma decisão completa? Acho que todos os textos que eu escrevo começam com uma pergunta. Claro, dias como o de hoje, só me fazem pensar que na verdade eu nunca tive certeza de nada. Eu sempre fui de pensar muito e falar quase nada sobre o que eu penso, o que restou pra mim, com esse genio, foi sempre escrever meio que escondido para ninguém ver. Às vezes queria um cafuné a mais, uma hora a mais de sono, que a chuva parasse, de ter sempre aquela música preferida tocando quando eu começasse a ficar brava... são detalhes, mas ninguém presta atenção neles, e quando a gente percebe, o detalhe fez falta e o pensamento não descansa até fazer algo, seja isso certo ou errado.

segunda-feira, junho 02, 2008

"Wild is the wind"


Certas frases chacotas me incomodam pela complexidade estranha que as acompanham. Na maioria das vezes que me deixam a pensar, é quando são igualmente famosas e se contrariam, daí já que a boca do povo é a de Deus, qual das duas seria divina?
Um exemplo seria a "Ah! (seguido de suspiro) as pessoas mudam" e a outra é "As pessoas não mudam, elas disfarçam"; entenda como isso é mais complicado que o necessário.
Sempre eu me pego pensando sobre isso, claro que eu mudei certas coisas nesses 21 anos, mas acho que minha personalidade e princípios são quase iguais, e os defeitos também. Com o tempo a gente se adapta, tropeça, soluça, assusta, chora, mas até que ponto, todos esses verbos em ação mudam o que a gente é acostumado a ser.
Acho que essa dúvida ficará por um bom tempo. Malditas frases e ditados populares e contraditórios. Preciso de um vento.