segunda-feira, outubro 27, 2008

Tieko.

A batiam tem um dos olhares mais sinceros que eu já vi, minto, é o mais sincero que eu um dia pude presenciar. Ela é a bondade que eu guardo em mim, e quem nunca me deixa brigar, é a voz que no fundo me diz que palavras e atitudes não vão embora com o vento, que palavras erradas matam-nos aos poucos.
Quando ela segura o baralho em um jogo de buraco, ela fica séria, e deve imaginar como seria bom ganhar, mas se eu estou jogando, provavelmente ela preferiria que eu ganhasse só para ver meu sorriso. Ela até hoje confunde meu nome com o dos meus irmãos quando pergunta se eu quero leite e bauru, “ Marcelo, Jéssica, Suellen” diz ela, e eu sei que é porque ela não sabe quem ela ama mais.
Ela é uma das únicas pessoas que eu não consigo escrever direito, porque eu sempre choro, nunca ninguém vai ser mais dócil que ela, ninguém. Um dos poucos dias que eu vi ela triste, foi porque eu estava, e perguntou se eu queria um cafuné, nada mais simples que isso e nada mais bonito. Ela é quem me faz arrepender às vezes de ter ido pra longe, de ter perdido as horas boas com ela, mas ela está aqui dentro, com o sorriso mais sincero e bondoso que eu já vi, está ali num crochê, em um livro, em um filme japonês, no tempero da comida e em todas minhas lágrimas que sentem saudade.